E agora José?
A festa
acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
Nunca, na
história recente desse país, se assistiu tanto a TV justiça. Com uma audiência
de causar inveja aos canais abertos, o enfadonho canal de informações judiciais
ganhou status de “big brother”, escancarando as entranhas tortuosas dos nossos
tribunais com seus maneirismos. Fato que vem alterando nosso dia a dia.
Expressões até então apenas usadas e conhecidas por advogados (alguns), e
juristas estão na boca do povo. Ouvi, numa sofisticada discussão de bar, um dos
debatedores pedir “vênia” para expor sua contrária opinião sobre a temperatura
ideal da cerveja, enquanto apontava o garçom como parte fundamental na Teoria
do Domínio do Fato. Se por um lado temos um aprimoramento da cultura popular,
sem entrar no mérito, temos também o crescimento da expectativa da conclusão da
novela O Mensalão.
Os
ministros do STF adquiriam exposição nacional e são assediados nas ruas como
verdadeiras estrelas de TV. Porém, queremos muito mais do que aprender novos
jargões ou teorias. Queremos saber se as pessoas serão realmente punidas. Serão
presas? Pois no entendimento popular é isso que se espera da última instância
de julgamento no país. Não há pra onde correr. Ou há?
É de
importância suprema, sem trocadilhos, que a sentença seja exemplar e que seja
cumprida. Ao custo da completa inversão de valores. Caso a pena aplicada não
obtenha “aprovação” popular, o penalizado poderá ser o STF, que cairia em
grande descrédito. Seria a oficialização do tudo vale, tudo pode. O grande penalizado
seria o povo brasileiro.
Além dos
quesitos técnicos jurídicos que devem ser observados pelos ministros, o clamor
popular por exemplaridade deverá constar da sentença.
Talvez o
mestre Drummond já tenha nos dado um aviso,....
o dia não
veio,
o
bonde não veio,
o
riso não veio,
não
veio a utopia
e
tudo acabou
e
tudo fugiu
e
tudo mofou,
e
agora, José?
Os indiciados devem ser julgados e, se realmente culpados, processados na forma da lei.
ResponderExcluirPorém, gostaria de fazer algumas ressalvas para que o processo não vire um linchamento público como quer a mídia dominante.
- Por que não estão sendo julgados os indivíduos ligados a outros partidos, como o PSDB, envolvidos na Privataria Tucana e na dilapidação do nosso patrimônio público?
- Por que não se vai atrás do dinheiro e se investiga os corruptores, os grandes empresários, os causadores da corrupção e dos corruptos?
- Por que não se aproveita a situação para fazer uma profunda reforma política que evite todos esses males?
- Por que certos juízes transformaram o julgamento em espetáculo e jogam mais para a imprensa e para a torcida, condenando mesmo sem provas e apenas a partir do linchamento da mesma imprensa?
- Por que a estranha "coincidência" desse processo ser justamente durante o processo eleitoral?