quinta-feira, 8 de novembro de 2012



Ora, a Lei!

Recente pesquisa feita pela UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais – aponta que muitos brasileiros são propensos a cometer infrações que julgam ser de menor valor. Oferecer dinheiro para se livrar de multas de trânsito não é considerado corrupção por 23% da população. Outros 35% acreditam que algumas coisas podem ser “um pouco erradas”, mas não corruptas, como sonegar impostos quando a taxa for alta.
Notem que esse comportamento predispõe tolerância a atos de desvio de conduta de uma maneira geral, o que é altamente reprovável. Ao mesmo tempo em que nos indignamos com a corrupção em órgãos do governo, compramos um CD pirata. A mesma pessoa que, aos gritos, acusa servidores de desvios de dinheiro público, sonega imposto de renda. Quase com um comportamento bipolar seguimos nosso dia a dia com inúmeras inconsistências. Temos a falsa ideia de que a corrupção está somente na esfera pública. Não é normal alunos que colam em provas escolares. Não normal falsificar carteirinha de estudante para pagar menos em shows, e cinemas. Não é legal sonegar nota fiscal ou burlar o sistema de TV por assinatura. Solicitar vantagens em troca de outro favor é o início do processo corruptor. 

Nos dicionários CORRUPÇÃO: s.f. Ação ou efeito de corromper, de fazer degenerar; depravação.
Ação de seduzir por dinheiro, presentes etc., levando alguém a afastar-se da retidão; suborno. (Var.:

Quero lembrar que educamos pelos nossos atos e não pelas palavras. Ao mesmo tempo em que, assistindo ao noticiário no conforto de nossa casa bebericando uma cerveja e nos indignamos com casos de motoristas embriagados, não encontramos problemas em sair com nossos veículos após uma festinha regada a álcool. É como se o problema existisse apenas na casa do vizinho.
Talvez, seja muito massacrante a onda de casos de desvio de conduta a que somos submetidos pela mídia - gerando uma impressão de banalidade - o que não justifica a passividade ou até mesmo a conivência existente. Estamos diante de um imbróglio ético, onde a questão pessoal suplanta a pública.
Interessante salientar que essa situação não ocorre – ou talvez em mínima escala – em nações que vivem sob alto controle social, político ou religioso onde a liberdade de expressão é limitada. Fica aí um desafio para a democracia.

Pesquisar este blog