Ora, a Lei!
Recente
pesquisa feita pela UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais – aponta que muitos
brasileiros são propensos a cometer infrações que julgam ser de menor valor.
Oferecer dinheiro para se livrar de multas de trânsito não é considerado
corrupção por 23% da população. Outros 35% acreditam que algumas coisas podem
ser “um pouco erradas”, mas não corruptas, como sonegar impostos quando a taxa
for alta.
Notem que
esse comportamento predispõe tolerância a atos de desvio de conduta de uma
maneira geral, o que é altamente reprovável. Ao mesmo tempo em que nos
indignamos com a corrupção em órgãos do governo, compramos um CD pirata. A
mesma pessoa que, aos gritos, acusa servidores de desvios de dinheiro público,
sonega imposto de renda. Quase com um comportamento bipolar seguimos nosso dia
a dia com inúmeras inconsistências. Temos a falsa ideia de que a corrupção está
somente na esfera pública. Não é normal alunos que colam em provas escolares. Não
normal falsificar carteirinha de estudante para pagar menos em shows, e cinemas.
Não é legal sonegar nota fiscal ou burlar o sistema de TV por assinatura.
Solicitar vantagens em troca de outro favor é o início do processo corruptor.
Nos
dicionários CORRUPÇÃO: s.f.
Ação ou efeito de corromper, de fazer degenerar; depravação.
Ação de seduzir por dinheiro, presentes etc., levando alguém a afastar-se da retidão; suborno. (Var.:
Ação de seduzir por dinheiro, presentes etc., levando alguém a afastar-se da retidão; suborno. (Var.:
Quero
lembrar que educamos pelos nossos atos e não pelas palavras. Ao mesmo tempo em que,
assistindo ao noticiário no conforto de nossa casa bebericando uma cerveja e
nos indignamos com casos de motoristas embriagados, não encontramos problemas
em sair com nossos veículos após uma festinha regada a álcool. É como se o
problema existisse apenas na casa do vizinho.
Talvez,
seja muito massacrante a onda de casos de desvio de conduta a que somos
submetidos pela mídia - gerando uma impressão de banalidade - o que não
justifica a passividade ou até mesmo a conivência existente. Estamos diante de
um imbróglio ético, onde a questão pessoal suplanta a pública.
Interessante
salientar que essa situação não ocorre – ou talvez em mínima escala – em nações
que vivem sob alto controle social, político ou religioso onde a liberdade de
expressão é limitada. Fica aí um desafio para a democracia.